terça-feira, abril 15, 2014

PROPOSTA - PARTE 77 E 78 - DE ALLAN PERCY,DO LIVRO: OSCAR WILDE PARA OS INQUIETOS


77 – A pessoa se torna mais trivial quando se leva a sério.
Em maior ou menor medida, todos nós somos vaidosos. É claro que essa vaidade pode chegar a ser tão grande a ponto de nos tornar tolos.
Oscar Wilde teve seu tratamento de choque à base de humildade depois que saiu da cadeia e acabou seus dias sozinho nas ruas de Paris. É sempre bom pisar no freio de vez em quando, principalmente naqueles momentos em que nos acreditamos os reis do mundo. Levar-se excessivamente a sério tem consequências mais do que indesejáveis: leva à rigidez, à intolerância, ao ressentimento, ao egocentrismo...
Há uma linha tênue entre o orgulho e a soberba, a mesma que separa o excêntrico do ridículo, a faceirice da banalidade ou o cômico do patético. A grande sabedoria consiste em transitar por essa linha sem nos inclinarmos para nenhum dos lados. É como um equilibrista andando sobre a corda bamba: se perde o equilíbrio e cai, o público pode tanto morrer de rir como simplesmente vaiar sua apresentação.

78 – Ensinamos as crianças a recordar, mas não as ensinamos a crescer.
Podemos dar asas às crianças, mas aprender a voar é algo que elas precisam fazer sozinhas. Educar uma criança é ensiná-la a não depender dos adultos, que devem apenas servir de guias, orientando-a para que realize o que deseja da maneira mais adequada e por si mesma.
É importante não tentar moldar nossos filhos à nossa imagem e semelhança, pois cada criança, cada pessoa, é única e devemos permitir que essa singularidade apareça.
A educadora e especialista em linguagem e aprendizagem Natalia Calderón resumiu a questão da seguinte maneira:
“Educar uma criança é como ter um sabonete na mão. Se você apertar muito, ele escorrega para longe. Se pegar com indecisão, ele escapole entre seus dedos. Porém, se exercer uma pressão suave, mas firme, pode mantê-lo seguro.”
Não é fácil encontrar o ponto de equilíbrio entre a autoridade e a liberdade, entre a orientação e o livre-arbítrio. Em última análise, os pais educam, sobretudo com o próprio exemplo. Se você respeitar a si mesmo e aos outros, as crianças ao seu redor incorporarão essa atitude naturalmente.

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