sexta-feira, maio 02, 2014

PROPOSTA - PARTE 97 E 98 - DE ALLAN PERCY,DO LIVRO: OSCAR WILDE PARA OS INQUIETOS


97 – Há duas tragédias nesta vida: uma é não conseguir o que se quer, outra é conseguir.
Um velho ditado adverte: “Cuidado com o que você deseja, pois pode se tornar realidade.”
Embora não fosse adepto de negar-se qualquer capricho, Oscar Wilde sabia, como homem inteligente e culto que era, que nunca ninguém está satisfeito com o que tem. Quando alcançamos algo desejado, seguimos em uma espiral crescente, exigindo mais e mais.
O budismo vê o desejo como origem de todos os males, já que nos prende ao que é passageiro e finito: o carro zero que compramos hoje é arranhado ao sairmos da garagem amanhã, dentro de um ano apresenta o primeiro defeito e, em dois anos, já estaremos cansados dele e pensando em adquirir outro veículo.
De acordo com a tradição budista, o desejo é algo de que devemos nos livrar. Mas, para a maioria dos mortais, uma vida sem ele não teria qualquer graça. Portanto, para encontrar o ponto de equilíbrio, o melhor é permitir-se os desejos que lhe parecerem justos, sem, contudo, esperar que a felicidade de alcançá-los seja duradoura.

98 – A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou de uma nação.
A crise é o que motiva a criação de soluções que fazem o mundo avançar. O presidente norte-americano Eisenhower costumava dizer: “Se um problema não tem solução, torne-o maior.” Essa ideia tem estreita ligação com o provérbio chinês que afirma que, quanto maior o caos, mais próxima está a solução.
O que esses pensamentos de fato significam? Simplesmente que um dos benefícios da crise é que ela permite “ir além”. De repente, tomamos consciência de problemas que já existiam, mas ainda não tinham vindo à luz. E isso também se aplica à nossa vida pessoal.
Depois que nos divorciamos, somos demitidos ou vemos um empreendimento nosso falir é que conseguimos enxergar claramente quais foram nossas falhas no casamento, no trabalho ou nos negócios. É uma lição difícil, mas, se dermos atenção à autocrítica, jamais repetiremos nossos erros.

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