sábado, maio 31, 2014

KAFKA PARA SOBRECARREGADOS - DE ALLAN PERCY - PARTE 25 E 26



25 – O animal arrebata a coleira do dono e com ela açoita-se a si mesmo para, por sua vez, sentir-se dono, sem saber que tudo não passa de uma fantasia.
Pode parecer estranho, mas há pessoas que têm pavor do sucesso e se dedicam a autoflagelar-se e a boicotar-se.
Há várias razões para termos medo do sucesso:
–A primeira é que, uma vez alcançado o êxito, temos sempre de provar por que estamos ali e perdemos o direito de errar ou de fracassar. Precisamos nos manter no topo.
–A segunda é que o sucesso pode ser sinônimo de responsabilidades, estresse e esforço.
–A terceira pode ter origem na baixa autoestima: a falta de confiança em nós mesmos nos faz acreditar que não merecemos tal triunfo.
–A quarta é que temos medo de que o sucesso desperte a inveja ou o ciúme das pessoas à nossa volta e que isso atrapalhe nossas relações sociais.
–Por último, a quinta é a possibilidade de que, se chegarmos ao topo, não nos restem objetivos pelos quais lutar e nossa vida se torne monótona.
Todas essas razões costumam ser exageradas, grãos de areia que transformamos em montanhas, e frequentemente nem nos damos conta disso.

26 – É melhor ter e não necessitar do que necessitar e não ter.
Ter muito dinheiro ou ser uma celebridade não significa ser esbanjador, extravagante ou caprichoso. Há pessoas muito abastadas que vivem de forma simples.
Um bom exemplo disso é Warren Buffet, que até pouco tempo atrás era a pessoa mais rica do mundo. Em cinquenta anos, jamais se mudou de casa, embora pudesse morar em uma mansão. Detesta iates e carros luxuosos, que considera brinquedos supérfluos. Apesar de poder frequentar os melhores restaurantes, sente-se satisfeito em comer um hambúrguer com batatas fritas.
Ingvar Kamprad, fundador da multinacional de móveis Ikea, possui uma enorme fortuna, mas valoriza de tal modo seu dinheiro que sempre tenta dar exemplo. Ao ir para o trabalho, costuma utilizar o transporte público, e, quando precisa pegar seu carro, dirige seu Volvo com mais de quinze anos de uso. 
Essas pessoas que podem esbanjar, mas vivem de forma comedida são um exemplo e um consolo em tempos de crise, já que, com seu exemplo, demonstram que podemos viver como milionários (inteligentes) sem termos um único centavo.


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