segunda-feira, setembro 08, 2014

NIETZSCH PARA ESTRESSADOS DE ALLAN PERCY - PARTE 26 E 27


26 – Não há razão para buscar o sofrimento, mas, se ele surgir em sua vida, não tenha medo: encare-o de frente e com a cabeça erguida
Em um de seus aforismos mais célebres, Buda disse que “a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional”. Do nascimento à morte, a vida está repleta de dor, mas o sentido que damos a essa dor só depende de nós. Se a encararmos de forma trágica, ela se transformará em sofrimento.
Uma coisa é o que acontece no exterior e outra é o que se dá no interior de cada indivíduo. Aquele que tem medo de enfrentar a dor a receberá sempre como uma maldição. Ele nunca saberá o que fazer com a escuridão que toma conta de sua vida, que antes parecia tão feliz.
O filósofo lida com a dor e tenta extrair dela um benefício em forma de conhecimento. Mesmo os momentos mais duros da vida, como quando sofremos uma terrível perda, são portas abertas em direção a algo que precisávamos conhecer. Se estivermos conscientes de que todo fim é ao mesmo tempo um começo, a dor e o possível sofrimento serão para nós uma escola que nos permitirá entender mais profundamente o que significa ser humano.

27 – A razão começa na cozinha
Da mesma forma que a gastronomia de uma região define seus valores e sua visão de mundo, o que acontece na oficina do estômago – como dizia Cervantes – revela nosso momento espiritual.
O documentário de Doris Dörrie How to Cook Your Life (Como cozinhar sua vida) discute questões essenciais sobre a alimentação e sua importância em nosso modo de viver. O filme está centrado no cozinheiro zen Edward Brown, que conta aos discípulos o segredo de sua arte: na verdade, são os alimentos que nos cozinham.
Ele vê no ato de cozinhar – de fazer pão a escolher e picar hortaliças – uma demonstração de amor por si mesmo e pelos outros. Que atividade humana tem maior transcendência que a preparação do combustível para nosso veículo vital?
Mal comparando, se pusermos o combustível errado em um automóvel, ele acabará apresentando algum defeito. Assim, o momento de comer não deveria ser um ato rotineiro, sem importância.
Quando preparamos nossos alimentos, estamos fazendo uma escolha transcendente para a saúde e o espírito.

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