O processo de formação de um leitor começa
bem antes dele aprender
a decodificar a leitura a partir do texto escrito.
bem antes dele aprender
a decodificar a leitura a partir do texto escrito.
O início deste caminho e a sedução para
o mesmo se dão ainda no berço, através
dos acalantos e parlendas.
o mesmo se dão ainda no berço, através
dos acalantos e parlendas.
A partir das cantigas de ninar,
a criança vai criando ferramentas
para se tornar leitor e identificar
a espinha dorsal de uma narrativa.
a criança vai criando ferramentas
para se tornar leitor e identificar
a espinha dorsal de uma narrativa.
No entanto, é errada a idéia que se tem
de que contar histórias é privilégio dos pequenos.
de que contar histórias é privilégio dos pequenos.
A prática do ofício de contador de
histórias e dinamizador de oficinas
tem me mostrado que contar e ouvir
histórias é uma arte sem idade,
o que confirma a máxima popular
que diz que "de uma boa história ninguém escapa".
histórias e dinamizador de oficinas
tem me mostrado que contar e ouvir
histórias é uma arte sem idade,
o que confirma a máxima popular
que diz que "de uma boa história ninguém escapa".
As histórias não só ensinam como
também convidam a olhar para
dentro, pois mostram os percalços
e deleites que a vida nos reserva.
também convidam a olhar para
dentro, pois mostram os percalços
e deleites que a vida nos reserva.
Algumas linhas de psicologia, inclusive,
defendem a idéia de que crianças
que ouvem histórias na infância
se tornam adultos mais seguros e
profissionais bem sucedidos.
Isso porque o texto ouvido na
infância fica ecoando em nossa
memória afetiva e serve de
alicerce para o processo de individuação;
internalizamos a ideia de que a vida
não é exclusivamente um mar de
rosas e de que temos muitos dragões
e bruxas a vencer nesta trajetória de crescimento.
defendem a idéia de que crianças
que ouvem histórias na infância
se tornam adultos mais seguros e
profissionais bem sucedidos.
Isso porque o texto ouvido na
infância fica ecoando em nossa
memória afetiva e serve de
alicerce para o processo de individuação;
internalizamos a ideia de que a vida
não é exclusivamente um mar de
rosas e de que temos muitos dragões
e bruxas a vencer nesta trajetória de crescimento.
Mas, afinal, o que conta o conto?
As histórias populares mostram sempre,
num primeiro plano, um personagem
sendo compelido a um processo
de transformação: ele é expulso
de casa ou tem que fugir; enfim,
sair do âmbito familiar para cumprir
uma tarefa essencial para sua
sobrevivência ou de um ente querido.
Muitos contos iniciam mostrando
a morte da mãe "perfeita demais"
para que possa dar lugar a um indivíduo
único e inimitável.
A partir disso, ele se confrontará
com impasses morais, terá que
discernir o bem do mal, atravessar
florestas escuras (seus medos) para
fazer jus ao "ser feliz".
num primeiro plano, um personagem
sendo compelido a um processo
de transformação: ele é expulso
de casa ou tem que fugir; enfim,
sair do âmbito familiar para cumprir
uma tarefa essencial para sua
sobrevivência ou de um ente querido.
Muitos contos iniciam mostrando
a morte da mãe "perfeita demais"
para que possa dar lugar a um indivíduo
único e inimitável.
A partir disso, ele se confrontará
com impasses morais, terá que
discernir o bem do mal, atravessar
florestas escuras (seus medos) para
fazer jus ao "ser feliz".
Na verdade, são questões que não
fazem parte unicamente do
repertório infantil e, sim, norteadores
para uma vida com mais qualidade e expressão.
fazem parte unicamente do
repertório infantil e, sim, norteadores
para uma vida com mais qualidade e expressão.
As histórias nos acordam dos nossos
encantamentos, abrem espaço para
outros e se tornam fiéis parceiras
em nossos processos de transformação.
encantamentos, abrem espaço para
outros e se tornam fiéis parceiras
em nossos processos de transformação.
"Mas, já temos tudo pronto... A televisão
não é o mais prático contador de histórias?",
perguntarão alguns.
não é o mais prático contador de histórias?",
perguntarão alguns.
Sem dúvida, a televisão hoje em dia
é uma janela para o mundo. Mas,
quanta poluição entra quando resolvemos
abrir a janela de nossa casa?
é uma janela para o mundo. Mas,
quanta poluição entra quando resolvemos
abrir a janela de nossa casa?
Simplesmente apertamos um botão,
selecionamos um canal e não nos
preocupamos em (e nem temos tempo para)
filtrar o que é servido às nossas crianças...
selecionamos um canal e não nos
preocupamos em (e nem temos tempo para)
filtrar o que é servido às nossas crianças...
E quanto da capacidade imaginativa
cerceamos quando damos as imagens
já prontas e num ritmo industrial
que nunca conseguirá suprir
a afetividade que o contar histórias proporciona!
cerceamos quando damos as imagens
já prontas e num ritmo industrial
que nunca conseguirá suprir
a afetividade que o contar histórias proporciona!
Em uma sala com trinta leitores/ouvintes,
encontraremos trinta princesas, trinta reinos,
trinta impasses e trezentos milhões
de sonhos alimentados.
encontraremos trinta princesas, trinta reinos,
trinta impasses e trezentos milhões
de sonhos alimentados.
Cada ouvinte imaginará a história do seu jeito,
ele mesmo será o pintor desta tela e
elegerá as cores que usará.
ele mesmo será o pintor desta tela e
elegerá as cores que usará.
E, o melhor de tudo, terá os olhos
do contador como porto seguro para sua viagem.
do contador como porto seguro para sua viagem.
Tudo isso faz do contar histórias uma
linguagem única e que pode ser
desenvolvida por qualquer um que
tenha no coração um ninho
aconchegante para recebê-las e compartilhá-las.
linguagem única e que pode ser
desenvolvida por qualquer um que
tenha no coração um ninho
aconchegante para recebê-las e compartilhá-las.
Fonte: Blog Amor pela Educação- da Camila
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