segunda-feira, outubro 27, 2014

NIETZSCH PARA ESTRESSADOS DE ALLAN PERCY - PARTE 74 E 75


74 – Os poços mais profundos vivem suas experiências lentamente: esperam um bom tempo até saberem o que caiu em suas profundezas

Há alguns anos, o jornalista Carl Honoré decidiu escrever o livro Devagar – Como um movimento mundial está desafiando o culto da velocidade enquanto enfrentava, impaciente, uma longa fila de embarque num aeroporto. Curiosamente, o autor confessou que, quando realizava suas pesquisas para a obra, ganhou uma multa por excesso de velocidade.
Eis uma das conclusões a que chegou em seu ensaio: “Cada ato de desaceleração é um grão para o moinho” de uma vida saudável e relaxada.
Entre suas recomendações está a de esquecer o carro e andar a pé. Nesse sentido, ele se inspirou no ecologista americano Edgard Abbey:“Caminhar faz com que o mundo seja muito maior e, por isso, mais interessante. Assim temos tempo para observar os detalhes.”
Seu ensaio segue a filosofia do slow living, estilo de vida que já foi adotado em várias pequenas cidades de países desenvolvidos.
No mundo da alimentação, os restaurantes de slow food se apresentam como alternativa aos estabelecimentos de fast-food.

75 – Quando temos muitas coisas para guardar nele, o dia tem 100 bolsos
Dizem que Christopher Wren, arquiteto encarregado da construção da Catedral de Londres, decidiu passear incógnito pelo canteiro de obras para ver como os pedreiros trabalhavam.
Wren ficou pensativo enquanto observava três operários. Um trabalhava muito mal; outro, de forma correta; o terceiro, por sua vez, realizava seu trabalho com muito mais força e dedicação que os demais. Sem se conter, o arquiteto aproximou-se do primeiro e perguntou:
– Boa tarde. O que o senhor faz?
– Eu? – disse o pedreiro. – Trabalho de sol a sol, num serviço muito cansativo. Não vejo a hora de terminar.
Depois foi até o segundo operário e fez a mesma pergunta:
– Boa tarde. O que o senhor faz?
– Estou aqui para ganhar dinheiro a fim de sustentar minha mulher e meus quatro filhos.
Finalmente, Wren se dirigiu ao terceiro trabalhador:
– Boa tarde. O que o senhor faz?
O pedreiro levantou a cabeça e, com um olhar cheio de orgulho, respondeu:
– Estou construindo a Catedral de Londres, cavalheiro. 

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