64 – Pobre do pensador que não é o jardineiro, mas apenas o canteiro de suas plantas
No livro dedicado aos mestres zen, o filósofo e estudioso das religiões Timothy Freke comenta de que forma a meditação trabalha para purificar a mente:
Por meio da meditação, os estudantes do zen calam seus pensamentos e tomam consciência da mente vazia que os contém. Assim como as partículas de um copo de água suja pousam no fundo – quando paramos de agitá-lo – e o líquido fica transparente, os pensamentos caem quando a mente não está agitada e a consciência se aclara.
Esse tipo de exercício tem como objetivo transformar o pensador em jardineiro das próprias plantas, seguindo as palavras de Nietzsche.
Para isso, é importante não julgar os pensamentos como bons ou maus. Ao identificá-los simplesmente como “pensamentos” e deixar que passem, eles se dissolvem para que nossa mente fique transparente – sem filtros – como um cristal.
Quando não há preconceitos, a luz da vida faz florescer o melhor de nós em nosso jardim interior.
65 – Um poeta escreveu em sua porta: “Quem entrar aqui me honrará. Quem não entrar me proporcionará um prazer”
Baseamos nossa autoestima na imagem que os outros têm de nós e é exatamente isso que Nietzsche critica com o exemplo do poeta. Quem não permite que sua felicidade dependa da aprovação alheia está sempre no melhor dos mundos.
A fábula a seguir ilustra bem a posição dependente das pessoas que se sentem incompreendidas em seu ambiente e pensam que em outro lugar seriam mais valorizadas.
Certo dia, uma coruja encontrou um pássaro que lhe perguntou:
– Aonde você vai?
– Estou me mudando para o leste – disse a coruja.
– Por quê? – perguntou o pássaro.
– As pessoas aqui não gostam muito dos sons que eu faço. Por isso vou para o leste.
– Se puder mudar sua voz, tudo ficará bem. Mas, se não puder, mesmo indo para o leste, vai acontecer a mesma coisa, pois as pessoas de lá também não vão gostar.
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