77 – Não há canção mais pura que a que se canta nas profundezas do inferno.
Em muitos processos vitais a que nos vemos expostos, como uma doença ou a deterioração de um relacionamento, frequentemente precisamos chegar ao fundo do poço para percebermos o que falhou e começarmos de novo.
O inferno a que Kafka se refere é, portanto, o espaço mental em que se consomem nossos erros e que nos permite ressurgir das nossas cinzas, como uma fênix.
Grandes projetos pessoais surgiram após uma longa convalescença, assim como uma experiência profissional malsucedida pode nos ajudar a descobrir nossa verdadeira vocação.
Esta é a boa notícia acerca do fracasso e do sofrimento: uma vez que tenhamos chegado ao fundo, temos total liberdade para subir a altitudes que, de outra forma, não poderíamos contemplar. É uma questão de aproveitar, olhando para o futuro imediato, nossa breve passagem pelo inferno.
78 – Enquanto você tiver alimento na boca, todas as perguntas estarão esclarecidas.
Um conto tradicional zen fala de um monge que pediu a um venerável mestre chamado Joshu:
– Acabo de entrar neste mosteiro. Por favor, ensine-me.
Joshu perguntou:
– Já comeu seu refogado de arroz?
O monge respondeu:
– Comi.
Joshu concluiu:
– Então é melhor você lavar seu prato.
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