segunda-feira, abril 21, 2014

PROPOSTA - PARTE 87 E 88 - DE ALLAN PERCY,DO LIVRO: OSCAR WILDE PARA OS INQUIETOS


87 – Qualquer um pode ter empatia com o sofrimento de um amigo. É simpatizar com o sucesso dele que exige uma natureza delicada.
Para os filósofos gregos, a palavra amizade expressava virtude, um presente dos deuses. Existem amizades de diferentes tipos. Algumas nascem imediatamente, outras precisam de anos para sefirmarem e crescerem. Existem amizades passageiras e aquelas que nos acompanham por toda a vida.
Sobre estas, Jaime Gil de Biedma falava em seu poema “Amizade ao longo do tempo”:
Passam lentos os dias
e muitas vezes estivemos sós.
Mas logo há momentos felizes
para deixar-se ser em amizade.
Vejam:
somos nós.
Encontrar e merecer amigos como os que Oscar Wilde destaca, os que são capazes de comemorar nossos sucessos e de nos ajudar a alcançá-los, é uma garantia de felicidade.

88 – A obra foi um sucesso, mas o público fracassou retumbantemente.
Em certa ocasião, perguntaram a Oscar Wilde se ele seria capaz de listar seus 100 livros prediletos. Ele soltou uma baforada de seu charuto e respondeu: “Não posso lhe dar uma lista das minhas 100 obras favoritas, porque só escrevi cinco.”
Isso nos dá uma ideia de até quanto ele cultivava o personagem do artista cheio de si, o homem capaz de pronunciar na alfândega as célebres palavras: “Não tenho nada a declarar, exceto minha genialidade.”
Em um mundo onde tudo é criticado ou vulgarizado, adotar uma pose refinada pode nos permitir ver a realidade sob um ângulo privilegiado e, o mais importante, rir de nós mesmos. Sem contudo nos vangloriarmos do que não somos, de vez em quando é saudável adotar essa atitude.
Não há dúvidas de que Oscar Wilde ria com gosto das pessoas que levavam suas respostas realmente a sério.

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