83 – Experiência é algo que não se consegue de graça.
Todos nós gostaríamos de circular pelas estradas sem nunca pagar pedágio, mas isso é impossível. Tudo tem um preço, mesmo as coisas mais insignificantes. Ser aprovado em um exame exige horas de estudo, passar em um concurso requer ainda que tenhamos sorte. E esses são apenas pequenos obstáculos pelos quais muitos de nós teremos de passar.
Se você tivesse de escalar o Everest ou quisesse se tornar um arquiteto famoso, as dificuldades aumentariam – e seu esforço também precisaria ser proporcionalmente maior.
A vida requer dedicação até para as coisas aparentemente mais simples, como os relacionamentos amorosos ou entre pais e filhos. Aqueles que conhecem seus limites e se ajustam a eles costumam ter uma vida saudável, mesmo que às vezes ela lhes pareça um tanto sem brilho. Os que ultrapassam os próprios limites podem conseguir coisas extraordinárias, embora a maioria desista no meio do caminho. O conformismo tem a vantagem de permitir que não nos estressemos mais do que o necessário e o inconveniente de nos deixar entediados. O inconformismo tem a vantagem de nos fazer sonhar e o inconveniente de, muitas vezes, transformar nossos sonhos em decepções. Ainda assim, vale a pena esquecer os próprios limites e ver até onde podemos chegar.
84 – Se a natureza tivesse sido confortável, o ser humano jamais teria inventado a arquitetura.
A Bíblia assegura que os PRIMEIROS seres humanos, Adão e Eva, viviam no Paraíso. Este, porém, não devia ser um lugar muito agradável, porque eles logo deram um jeito de ser banidos e tiveram de construir com as próprias mãos outro lugar onde morar.
Não ter tudo o que desejamos ou tudo de que necessitamos nos obriga a virar construtores. E isso é bom. Com a arquitetura, quisemos imitar a natureza e superá-la. Será que conseguimos? Com relação à nossa época, a resposta é sim. Quanto a quem viveu há milhares de anos, não seria tão fácil responder.
Cada ser humano é arquiteto de alguma coisa: uns, de casas; outros, de planos intangíveis... SOMOS TODOS ARQUITETOS DE NOSSA PRÓPRIA VIDA. Não é possível delegar a ninguém a tarefa de desenhar essa planta. No máximo, podemos recorrer às orientações de mestres como Oscar Wilde, capazes de nos inspirar a criar o melhor projeto no papel da existência.
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