quarta-feira, março 05, 2014

PROPOSTA - PARTE 33 E 34 - DE ALLAN PERCY,DO LIVRO: OSCAR WILDE PARA OS INQUIETOS


33 – A pontualidade é uma ladra do tempo.
Com essa frase aparentemente contraditória, Oscar Wilde nos adverte da relação de escravidão que estabelecemos com o tempo. Estamos tão preocupados em chegar na hora, cumprir os prazos e lotar nossas agendas que muitas vezes esquecemos que o tempo é um trilho no qual nossa felicidade também deve circular.
Em uma brilhante fábula sobre o assunto, intitulada Momo e o senhor do tempo, Michael Ende retratou essa relação insana que mantemos com o compasso da vida:
Momo correu os olhos pela sala e perguntou:
– É para isso que você tem tantos relógios, não? Um para cada homem?
– Não, Momo. Esses relógios são só um hobby meu. São apenas reproduções muito imperfeitas de algo que todo homem traz no peito. Porque, assim como vocês têm olhos para ver a luz e ouvidos para escutar os sons, também têm um coração para perceber o tempo. E todo tempo que não se percebe com o coração é tão perdido quanto as cores do arco-íris para um cego ou o canto de um pássaro para um surdo. Infelizmente, há corações cegos e surdos que, embora batam, não percebem nada. Em vez de contarmos as batidas de nosso coração, as horas e os dias que temos para fazer isto ou aquilo, seria melhor nos assegurarmos de que ele bata pela causa certa e no nosso ritmo.

34 – Meus próprios problemas sempre me entediam mortalmente. Prefiro os dos outros.
Um dos segredos da felicidade que raramente é posto em prática é o seguinte: quanto menos você pensar nos próprios problemas e necessidades, maior será seu bem-estar. Mas o que fazer para não pensar em seus problemas e preocupações? Simples: transfira sua atenção para as outras pessoas.
Se, em vez de ficar remoendo o que deu errado ou o que lhe falta, você se colocar a serviço do próximo, sua ansiedade passará para segundo plano, podendo até desaparecer. Quando a pessoa desconsidera o ego, fica mais leve. Alguns recursos para realizar essa transformação:
·        Escutar mais os outros do que a si mesmo.
· Colocar sua energia em questões que beneficiem o grupo: uma ação cultural, uma iniciativa solidária, uma festa-surpresa...
·     Parar de falar de seus problemas, já que isso implica repeti-los também a si mesmo, o que só os reforça.
·        Em vez de se preocupar, se ocupar.
·        Ser útil aos outros: nada traz mais satisfação nem reforça mais a autoestima.

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