quarta-feira, fevereiro 19, 2014

PROPOSTA - PARTE 25 E 26 - DE ALLAN PERCY,DO LIVRO: OSCAR WILDE PARA OS INQUIETOS


25 – Quando me acontece pensar à noite em meus defeitos, adormeço imediatamente.
O pintor Eugène Delacroix dizia que o artista que busca a perfeição em tudo não a consegue em nada. Com frequência, o afã pelo perfeccionismo chega a se tornar um pretexto para ficarmos de braços cruzados – como não podemos fazer algo irretocável, simplesmente não o fazemos.
Aceitar a própria imperfeição, ao contrário, nos humaniza e nos mostra um caminho a percorrer.
A fixação por sermos perfeitos pode nos tornar mais imperfeitos, até. As pessoas perfeccionistas demais costumam cair na armadilha do próprio nível de exigência e ficar bloqueadas. E isso por um motivo muito claro: a perfeição é um ideal inalcançável, do qual podemos apenas tentar nos aproximar.
Quando aceitamos algo como um desafio pessoal, nos aplicamos em obter os melhores resultados e os aceitamos sem frustração, temos o prazer de apreciar nosso progresso. Da mesma forma, se estivermos conscientes de nossos defeitos, poderemos dedicar um mês a cada um deles, traçando estratégias para vencê-los.
Nunca seremos perfeitos, mas podemos ser melhores.

26 – Adoro os prazeres simples. Eles são o último refúgio dos homens complicados.
Em seu livro O primeiro gole da cerveja e outros minúsculos prazeres, Philippe Delerm, cuja obra foi rejeitada por editoras durante sete anos, fala de situações do bem viver tão simples como...
·                   pedalar sem pressa numa bicicleta
·                   estar na escuridão de um cinema numa tarde de domingo
·                   ir colher amoras no campo
·                   folhear um romance na praia
·                   pôr um casaco de lã quando as primeiras friagens chegam
·                   distrair-se com um caleidoscópio
Os “homens complicados” de que Wilde fala não sabem aproveitar esses prazeres, porque esperam da vida grandes acontecimentos que nunca irão chegar.
Há muitas terapias ao nosso alcance: revirar o passado, fazer ioga ou meditação, usar medicamentos... mas, se não soubermos celebrar as pequenas alegrias cotidianas, nunca conseguiremos perceber de fato os prazeres da vida.

Um comentário:

  1. Parabéns pelas propostas sugeridas. Gostaria de saber a fonte bibliográfica. Muito bom!

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