sexta-feira, novembro 28, 2014

HERMANN HESSE PARA OS DESORIENTADOS - PARTE 05 E 06


5 – Esperar passivamente no meio do fogo é muito mais difícil do que atacar.

Ouvimos frequentemente que devemos ser proativos, que precisamos agir e não reagir, que, em alguns momentos críticos, o melhor que podemos fazer é ficar quietos.
Assim, eis algumas situações em que é aconselhável não fazer nada:
Quando o nível de uma discussão desceu tanto que só haverá palavras ofensivas e valorações exageradas do problema em questão.
Quando somos tomados pela raiva e estamos a ponto de escrever um e-mail ou enviar uma mensagem para o celular de alguém que nos feriu.
Quando alguém nos incentiva a tomar uma decisão sobre a qual não estamos seguros.
Quando nos sentimos tentados a assumir um gasto pelo qual talvez não possamos pagar.
Como nos lembra o Eclesiastes, “há tempo de calar e tempo de falar; tempo de amar e tempo de odiar; tempo de lutar e tempo de paz”. A sabedoria do ser humano reside em distinguir o tempo da ação do tempo da inércia, para não piorar mais as coisas.


 6 – Até o mais genial regente de uma orquestra se torna um elemento negativo quando se dá excessiva importância.

Na parte I da trilogia O Senhor dos Anéis, alguém disse que “até a pessoa mais insignificante pode mudar o curso do futuro”. Tanto os gênios quanto os seres mais simples podem produzir grandes feitos, mas isso não lhes dá uma superioridade diante dos outros.
O escritor e palestrante Álex Rovira afirma: “Em sua etimologia, a palavra “humildade” se refere ao essencial, à terra. Porque essa palavra de vem do latim humilis, que, por sua vez, vem de “húmus”: aquilo de que a natureza se desprende e que a enriquece, a fertiliza e a faz crescer.”
A humildade nos permite medir nossos passos no caminho para não tropeçarmos nos outros, além de nos dar a consciência do que precisamos cultivar para que nossa vida dê frutos. Por isso, nas palavras de Rovira, “a expressão sincera de humildade não é sinal de ingenuidade ou fraqueza; ao contrário, é sinal de lucidez e de força interior”.
No final do romance Sidarta, Hesse nos fala do amor que o protagonista sente por uma pedra porque vê nela tudo o que ela é: não simplesmente uma pedra, mas parte do todo, e isso significa que não deve ser considerada inferior ao ser humano. Sem o pequeno, o grande também não pode existir.

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