segunda-feira, novembro 24, 2014

HERMANN HESSE PARA OS DESORIENTADOS - PARTE 01 E 02


Hoje iniciamos as pérolas de Hermann Hesse. São 66 lições inspiradoras para conquistar a realização pessoal, profissional e espiritual. Como foi com Nietzsche, agora receberás uma reflexão do Hesse. Boa viagem, amores!
  
Dedicado às almas sensíveis que buscam a beleza e a tranquilidade em meio ao barulho e ao caos.

Hermann Hesse é, muito provavelmente, um dos autores mais importantes do século XX. Farol dos jovens leitores, sua clareza de pensamento segue iluminando milhões de pessoas há quase um século.
Introdutor do orientalismo no Ocidente, escreveu obras emblemáticas como DemianSidarta O lobo da estepe. O romancista norte-americano Henry Miller disse que entenderia Hesse em qualquer língua do mundo, mesmo que não soubesse uma única palavra dela. De fato, Miller foi um dos impulsionadores da obra de Hesse nos Estados Unidos.
Dedicando-se à jardinagem e à aquarela em seu retiro na Suíça, o homem que inspirou este livro passou os últimos vinte anos de sua vida respondendo às milhares de cartas que os leitores lhe mandavam com perguntas sobre os mais variados aspectos da existência.
Suas opiniões sobre a arte de viver fundamentam este pequeno manual, que reúne suas melhores pílulas de sabedoria em forma de aforismos. Dirigido a todas as pessoas que buscam orientação e serenidade para o dia a dia, Hermann Hesse para desorientados trata de temas necessários para encontrar o equilíbrio, como a autoestima, a busca do próprio caminho e a filosofia cotidiana. É um livro inspirador e original, que conduz os leitores à harmonia com os outros e consigo mesmo.
1 – A solidão é o caminho pelo qual o destino quer conduzir o homem em busca de si mesmo.

Nietzsche dizia que caminhar ajuda a encontrar as ideias, a descobrir-se a si mesmo. Presentearmo-nos com um momento de solidão nos permite ordenar os pensamentos, questionar sobre a vida e sobre o que realmente desejamos. É nosso momento de recolhimento, nosso espaço de criatividade.
É importante reservar uma parcela do dia para nós mesmos, não só para nos cuidarmos, mas também para estar aqui e agora, relaxar e evitar que algumas situações nos oprimam. Necessitamos de espaço para fugir da confusão e pensar, ou, ao contrário, para tirar da cabeça os problemas do dia a dia.
Eckhart Tolle fala do quão complicado pode ser o ruído mental, o fato de estarmos pensando constantemente. Se nossa cabeça está sempre em ebulição, não poderemos desfrutar de um momento de paz nem viver o aqui e agora. Por isso, convém desconectar. Todo o resto pode esperar alguns minutos. Afastarmo-nos da confusão, ainda que por pouco tempo, nos devolve a calma e o sentido da existência. Proporciona uma direção para esclarecer nossos planos e atuar de forma certeira.
Podemos respirar o oxigênio da solidão quando estamos ao ar livre, em um café ou em qualquer outro lugar que possamos imaginar.
Precisamos nos desconectar por alguns instantes do mundo e nos concentrar em nós mesmos. Você irá descobrir que a solidão é curativa, criativa e libertadora. Se reservar uma pequena parte do dia para si mesmo, deixará de se sentir perdido.
Se você ler com atenção os aforismos do autor de O lobo da estepe, ele vai ajudá-lo a se orientar.

2 – A pessoa se esquece de julgar e criticar os outros quando está cheia de dúvidas sobre si mesma.

Exercer o papel de juiz da vida alheia é a desculpa perfeita para não analisar a própria existência. Se observarmos os que costumam emitir julgamentos sobre o que os outros fazem, encontraremos neles um grande déficit de autocrítica.
Elas não são conscientes de seus atos e de suas palavras, porque focam sua atenção na vida de terceiros. E se comportam deste modo porque têm medo de encarar o que são e se decepcionar.
Contra o mau hábito de criticar os outros, Hesse, o jardineiro, nos propõe cultivar as dúvidas.
Arthur Schopenhauer dizia que quem começa com certezas terminará duvidando, mas quem parte das dúvidas chegará à certeza. Em vez de depositar energia no que os outros fazem ou deixam de fazer, vale a pena questionar os pilares que sustentam nossa própria vida, fazendo perguntas como:
Quais deveriam ser as minhas prioridades?
Sou capaz de distinguir o importante do urgente?
Estou rodeado das pessoas certas para cumprir meus objetivos?
Em que estou desperdiçando meu tempo?
Que aspectos da minha vida estou negligenciando?
Poderia fazer melhor o que acho que faço bem?
Esses questionamentos nos permitem fazer um check-up vital e reajustar nossa maneira de agir. Entretanto, as dúvidas só são úteis e férteis se são seguidas de decisões efetivas.
De nada adianta ficar parado, hesitando. É preciso duvidar para atuar mais e melhor.
Em seu poema “Elogio da dúvida”, Bertolt Brecht disse:
De que lhe serve poder duvidar a quem não pode decidir-se?
Pode atuar equivocadamente quem se contenta com razões muito escassas, mas ficará inativo ante o perigo quem precise de muitas.
Trata-se, portanto, de encontrar o equilíbrio: duvidar o suficiente para recalibrar nossas ações sem cair na inércia. E, sobretudo, não criticar.

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