quinta-feira, julho 24, 2014

KAFKA PARA SOBRECARREGADOS - DE ALLAN PERCY - PARTE 71 E 72



71 – Só tenho um sentimento verdadeiro de mim mesmo quando me sinto insuportavelmente triste.
Não se deve confundir a depressão, que pode ter causa física, com a tristeza, uma reação natural produzida quando sofremos uma perda ou enfrentamos alguma dificuldade.
A tristeza tem alguns aspectos muito valiosos:
• Aumenta nossa capacidade de empatia, já que nos deixa mais solidários com os que estão passando por um momento difícil como o nosso.
• Faz com que amemos mais aquilo que perdemos, e, portanto, multiplica nossa sensibilidade.
• Aproxima-nos das pessoas que nos cercam, pois quando estamos tristes resistimos menos a pedir ajuda e nos tornamos mais gratos.
A menos que seja uma indicação médica, a tristeza jamais deve ser combatida com remédios, já que, além de ser uma mensagem – que assinala que algo não vai bem conosco –, é um caminho que temos de percorrer para chegar à felicidade, que não teria sentido se não existisse seu sentimento oposto. Desde que não se prolongue demais e não nos leve à autocomiseração, uma dose de tristeza também é bem-vinda.


72 – A liberdade, tal como nos é possível tê-la atualmente, é uma planta bem frágil. Mas de qualquer forma é liberdade, de qualquer forma é um patrimônio.
Franz Kafka disse em um de seus escritos que o ser humano tem livre arbítrio, entre outras coisas, porque “pode escolher seu caminho nesta vida e sua maneira de percorrê-lo”.
Esta ideia contradiz um sentimento que geralmente temos: o de que não podemos fazer nada para mudar nosso destino. Sobre esse assunto, vejamos mais a fundo o que quis dizer o autor de A metamorfose:
• Escolher o próprio caminho. Ou seja, encontrar um sentido em nossa vida que nos dê significado e valor. Mas… o que acontece com as pessoas que não descobrem qual é a sua missão? Viktor Frankl tinha uma resposta clara para isso: “Se você não sabe qual é sua missão na vida, já tem uma: encontrá-la.”
• Escolher a maneira de percorrê-lo. Há muitas maneiras de viver: devagar, com pressa, sozinho ou acompanhado, com grandes metas ou pequenos prazeres, com amargura ou agradecimento. Nós decidimos. Afinal, como dizia Cervantes, “É mais importante a viagem do que a pousada”.

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