terça-feira, julho 01, 2014

KAFKA PARA SOBRECARREGADOS - DE ALLAN PERCY - PARTE 49 E 50


49 – Não se deve negar a ninguém o que lhe cabe, nem ao mundo sua vitória.
Um dos maiores sinais de maturidade espiritual é saber reconhecer o mérito dos outros, esquecendo-nos por um momento de nossos dons e de nossa própria necessidade de atenção.
Os grandes líderes – seja de um time ou de uma empresa – são aqueles que sabem fazer com que as outras pessoas se sintam importantes. Isso acontece porque chefes assim…
• não sentem sua posição ameaçada pelo fato de as pessoas à sua volta também fazerem um bom trabalho;
• sabem identificar o talento alheio e elogiar publicamente seu valor;
• não veem a organização como uma competição de egos, mas como uma soma de capacidades para chegar a um objetivo comum;
• provocam e instigam seus colaboradores para que as ideias fluam livremente.
Esse conjunto de atitudes também é muito útil para uma boa relação com os pais, os filhos, o companheiro ou os amigos. Reconhecer o que os outros têm de positivo, em vez de enfatizar seus defeitos, é o segredo dos bons relacionamentos.

50 – Um quadro de minha existência mostraria uma inútil estaca de madeira coberta de neve, cravada, numa escura noite de inverno, inclinada e sem muita firmeza, num campo lavrado à beira de uma imensa planície.
Geralmente a solidão é vista de forma negativa, porque muitos a identificam com o vazio espiritual ou com a infelicidade. No entanto, é graças a ela que grandes artistas puderam criar obras e que pensadores encontraram novas ideias para tornar o mundo melhor.
Até para servir aos demais é preciso saber estar só. De fato, a solidão nos permite conhecer a nós mesmos, e as pessoas que sabem desfrutar desse estado aproveitam melhor uma companhia quando ela chega. Por estarem mais descansadas do contato social, envolvem-se muito mais na amizade.
Portanto, não há por que ter medo de ser, de vez em quando, uma estaca solitária cravada numa imensa planície, como Kafka descrevia seu recolhimento, já que desse modo aprendemos a ter uma perspectiva mais ampla do mundo. Só quem é capaz de prescindir de companhia pode viver o contato com os outros sem apegos nem emoções nocivas.

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