sexta-feira, agosto 08, 2014

KAFKA PARA SOBRECARREGADOS - DE ALLAN PERCY - PARTE 95 E 96


95 – Quem procura não acha, mas quem não procura é achado.
Carl Gustav Jung define a sincronicidade como uma coincidência significativa de dois ou mais acontecimentos em que está implicado algo mais que a probabilidade aleatória. Este psicanalista suíço viveu muitas situações assim e as testemunhou na vida de seus pacientes.
Quem nunca pensou de repente em um velho amigo – alguém de que não recordava havia anos – e de repente toca o telefone e é ele? É isso que Jung denominava “casualidade significativa”.
As sincronicidades não são simples casualidades; elas contêm mensagens profundas que nem sempre somos capazes de compreender.
Este exemplo é anterior a Jung. No ano 1900, o rei Humberto I da Itália jantava num restaurante e se surpreendeu ao ver que o garçom parecia uma réplica sua. Conversaram e descobriram que ambos tinham se casado no mesmo dia com mulheres de mesmo nome. Os dois chamavam-se Humberto e haviam nascido no mesmo dia e na mesma cidade. O dono do restaurante inaugurara seu negócio no mesmo dia em que Humberto I fora coroado rei.
No dia seguinte, o monarca, que presidia um ato público, foi informado de que seu novo amigo havia sido assassinado a tiros naquela mesma manhã. Poucas horas depois, o rei Humberto foi baleado até a morte por um anarquista.

96 – A amargura de um homem é, com frequência, o aturdimento petrificado de uma criança.
No prólogo do livro Volta ao lar , John Bradshaw fala das terapias que realizou com adultos que entraram em contato com sua “criança interior”. Os pacientes tinham reações inesperadas e, às vezes, assustadoras: muitos choravam, outros se sentiam como se tivessem voltado para casa ou sido encontrados após terem estado perdidos durante décadas.
John Bradshaw tenta encontrar dentro do ser humano a criança ferida e traumatizada que causa os transtornos na vida adulta. Uma vez curada e recuperada, a criança voltará a aparecer em nossa vida de maneira espontânea quando rirmos ou estivermos diante de algo que nos fascina.
Em contrapartida, a criança ferida aparecerá em nossa vida quando nos sentimos incapazes de descumprir uma lei que consideramos absurda, mas acatamos por medo de represálias, quando somos submissos e obedientes, e assim por diante.
No entanto, para que seja útil encontrarmos a criança interior, temos de tomar as decisões de um ponto de vista de adulto.

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