sexta-feira, outubro 17, 2014

NIETZSCH PARA ESTRESSADOS DE ALLAN PERCY - PARTE 58 E 59


58 – O homem amadurece quando reencontra a seriedade que demonstrava em suas brincadeiras de criança

Eis um tema que realmente importava para Nietzsche, pois ele afirmava que “em qualquer homem autêntico existe uma criança querendo brincar”.
Para o filósofo alemão, considerar fábulas e jogos coisas infantis é sinal de grande pobreza intelectual, pois só as pessoas capazes de manter a curiosidade e o espírito lúdico da infância terão sempre novos êxitos ao seu alcance.
A criança encara sua brincadeira como um trabalho e os contos de fadas como verdade. Os cientistas, artistas e intelectuais demonstram a mesma atitude. Por isso devemos sempre manter um pé no mundo da fantasia.
Hans Christian Andersen disse que “os contos de fadas são escritos para que as crianças durmam, mas também para que os adultos despertem”.
Talvez tenha chegado o momento de deixarmos um pouco de lado o mundo dos adultos e começarmos a alimentar nossa alma criativa com as inspirações que a preenchiam quando éramos pequenos.

59 – Ninguém é tão louco que não possa encontrar outro louco que o entenda

Em um artigo dedicado à sincronicidade – a teoria das casualidades exposta por Jung –, existe uma citação de Ernesto Sábato para explicar que as coincidências têm mais a ver com a afinidade do que com uma obscura lógica da sorte. Vamos tomar como exemplo dois amigos que conviveram por muito tempo, mas se separaram ao irem morar em países diferentes. Por mais estranho que pareça, eles terão grande possibilidade de se reencontrar em qualquer lugar do mundo que visitem.
E isso acontece por uma razão muito simples: se eles têm gostos e hábitos parecidos, não é improvável escolherem viajar para a mesma cidade – Tóquio, por exemplo – na mesma época do ano. Uma vez ali, como os dois têm referências parecidas, irão aos mesmos lugares, no mesmo período do dia. Quando, após anos sem se ver, se encontram de repente em uma livraria para estrangeiros no bairro de Ginza, os dois dizem: “Que coincidência!” Mas, na verdade, não poderia ter sido de outra forma. Por outro lado, como diz Sábato, duas pessoas muito diferentes podem viver uma ao lado da outra e não se encontrarem nunca, nem mesmo na própria rua.

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