quinta-feira, outubro 16, 2014

NIETZSCH PARA ESTRESSADOS DE ALLAN PERCY - PARTE 54 E 55


54 – Para chegar a ser sábio, é preciso querer experimentar certas vivências. Mas isso é muito perigoso. Mais de um sábio foi devorado nessa tentativa

Em uma entrevista concedida recentemente a uma revista brasileira, Paulo Coelho afirmou que muitas iniciativas solidárias, como as de Bono Vox, não servem para nada e são apenas boas intenções para impressionar o povo.
Para surpresa do entrevistador, ele disse também que seria mais fácil o mundo ser salvo por Amy Winehouse do que pelo músico e ativista irlandês. Na sua opinião, como a cantora, ainda muito jovem, já conhecia as profundezas do inferno, poderia se tornar um maravilhoso exemplo para as novas gerações caso conseguisse se recuperar.
Por outro lado, afirmou que personagens como Paris Hilton ou Britney Spears, que fizeram o trajeto oposto – do triunfo à decadência –, são um mau exemplo para a juventude.
Voltando ao discurso de Nietzsche, quem entrou e saiu do inferno pode guiar outras pessoas com mais sabedoria do que quem levou uma vida sem sobressaltos. Pelo mesmo motivo, o filósofo alemão duvidava que um clérigo tivesse autoridade para dar conselhos matrimoniais.

55 – O cérebro verdadeiramente original não é o que enxerga algo novo antes de todo mundo, mas o que olha para coisas velhas e conhecidas, já vistas e revistas por todos, como se fossem novas.
 Quem descobre algo é normalmente este ser sem originalidade e sem cérebro chamado sorte

Em uma de suas reflexões mais célebres, Marcel Proust afirmou que “a verdadeira viagem de descobrimento não consiste em buscar novas paisagens, mas sim em ter novos olhos”.
Trata-se de uma capacidade compartilhada por filósofos e artistas: saber encontrar o novo no velho. Aplicando-se esse conceito ao mundo dos negócios, o empreendedor é aquele que enxerga uma oportunidade onde os outros não veem nada. Essas pessoas têm uma visão mais renovada do mundo e isso lhes permite perceber o que a maioria – com o olhar domesticado pela monotonia – deixa passar.
A questão é saber olhar o mundo sem filtros, estimulado pela curiosidade.
O escritor e cineasta Paul Auster concluiu o seguinte:
Dizem que é preciso viajar para ver o mundo. Às vezes acho que estando quietos em um único lugar, com os olhos bem abertos, somos capazes de ver tudo o que podemos usar. 

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