quarta-feira, dezembro 03, 2014

HERMANN HESSE PARA OS DESORIENTADOS - PARTE 09 E 10



9 – Nenhum ser humano pode ver e entender em outro o que ele mesmo não viveu.

que a psicologia chama de empatia ou inteligência emocional aponta a capacidade humana de perceber a emoção alheia em um contexto que não é o seu, de participar dos sentimentos de outra pessoa.
Dito de maneira simples: empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro. Consideramos que alguém está sendo simpático quando se mostra aberto a nossas ideias, disponível à aprendizagem e à escuta, quando não expressa suas preocupações no momento em que nós estamos explicando nossos problemas.
A empatia é uma relação fundamentada em atender o outro, colocando-se os cinco sentidos no que está acontecendo no momento.
Entretanto, em geral é difícil compreender o outro porque não conhecemos uma situação similar em nossa existência.  Por exemplo, quem não viveu a morte de um pai ou uma mãe dificilmente pode imaginar a dor e o vazio que essa experiência causa.
A empatia também deve funcionar na direção oposta: precisamos aceitar que os outros só podem nos entender dentro dos limites do que viveram. Não podemos exigir total compreensão de pessoas que têm vidas e experiências muito diferentes das nossas.
Muitas vezes estar ao lado daquele que está sofrendo é o suficiente. Deixá-lo sentir o nosso calor. Nem tudo pode ser compartilhado, mas a presença das pessoas queridas alivia qualquer peso. Às vezes é só estar. Não é necessário compreender, apresentar soluções nem dizer nada. Basta ele saber que não está sozinho no naufrágio.

10 – Não acredito em uma humanidade “melhor”, não acho que seja nem melhor nem pior, é sempre igual.

Hermann Hesse se destacou por sua enérgica defesa da paz, embora tenha vivido duas guerras que devastaram seu país. Neste relato pessoal, ele nos dá uma visão bem lúcida para entender como os conflitos são gerados:
“Uma guerra não cai do céu; como qualquer outra empresa humana, deve ser preparada, necessita dos cuidados e da colaboração de muitos para chegar a ser possível e real. Mas aqueles homens e as forças que tiram alguma vantagem dela a desejam, a preparam e a sugerem. Ou traz benefícios em dinheiro vivo, como no caso da indústria bélica (e, quando há guerra, uma quantidade de pequenas indústrias, antes inofensivas, transformam-se em negócios de armamentos), ou então lhes atribui importância, consideração e poder, como aos generais e comandantes sem trabalho.”
Como este é um livro de psicologia cotidiana, vale a pena entender que qualquer conflito – seja grande ou pequeno – é resultado de toda uma série de preparativos que podem ter passado despercebidos.
Vejamos alguns exemplos que nos ajudam a detectar a bomba antes que ela exploda:
• Muito antes de um casal terminar um relacionamento, há vários sinais de esfriamento e distanciamento que, se forem resolvidos a tempo, evitam o rompimento definitivo.
Uma falência econômica sempre é precedida de sinais que informam que há algo errado na gestão do dinheiro.
• Muitas doenças graves são consequência da falta de cuidado com pequenos desconfortos que o corpo usa para chamar nossa atenção.

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