quinta-feira, setembro 25, 2014

NIETZSCH PARA ESTRESSADOS DE ALLAN PERCY - PARTE 40 E 41


40 – As posições extremas não são seguidas de posições moderadas, e sim de posições extremas contrárias
Um dos ensinamentos do Tao Te Ching diz o seguinte:
A afeição extrema significa um grande desgaste e as posses abundantes, grandes perdas. Se você perceber quando tiver o suficiente, não entrará em desgraça. Se souber quando parar, não estará em perigo. Dessa forma, é possível viver muito tempo. O chamado “caminho do meio” é um dos pilares do budismo.
Para Siddhartha Gautama, a felicidade e a ausência de problemas estão em saber encontrar o ponto equidistante entre o fácil e o difícil, o superficial e o profundo, o prazer e a dor. Quem busca extremos corre o risco de passar da virtude à maldade, como adverte Nietzsche, já que as paixões costumam levar a ações desmedidas.
Encontrar o equilíbrio no momento de agir não significa ter medo nem falta de iniciativa, mas alcançar um horizonte suficientemente amplo para entender que a verdade – e, o que é ainda mais importante, a conveniência – nunca será encontrada nas posturas radicais.
Como disse Aristóteles: “A virtude consiste em saber encontrar o meio-termo entre dois extremos.”
41 – Preciso de companheiros, mas de companheiros vivos, não de cadáveres que eu tenha que levar nas costas por toda parte

Sobre a amizade, Nietzsche recomenda: “Seja para seu amigo um leito de repouso, mas um leito duro, como uma cama de campanha.” Sem dúvida, nossos companheiros mais valiosos são aqueles capazes de festejar nossas vitórias, como dizia Oscar Wilde, mas também aqueles capazes de nos fazer enxergar que estamos equivocados.
As pessoas que nos advertem sem levar em conta o que esperamos escutar, apenas pelo nosso bem – nem sempre as duas coisas estão juntas: há quem censure por rancor –, são as que nos permitem melhorar. Esta seria a definição de um bom amigo: alguém diante do qual podemos nos comportar de forma autêntica e que nos ajuda a vencer os obstáculos da vida. E muitos desses obstáculos somos nós mesmos que colocamos no nosso caminho.
Por isso, os grandes líderes da história não se deixaram levar por bajuladores, mas escolheram, para ficar ao seu lado, pessoas capazes de transmitir a própria opinião sobre as coisas. Com companheiros assim, multiplicamos nossa compreensão do mundo e, consequentemente, nosso poder. 

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