88 – Você tem o seu caminho. Eu tenho o meu. O caminho correto e único não existe
Eis o trecho de um poema de Robert Frost:
Diante de mim havia duas estradas.
Escolhi a estrada menos percorrida
E isso fez toda a diferença.
Seguindo a mesma linha, M. Scott Peck, em A trilha menos percorrida, adverte que nada é fácil quando saímos da rota mais comum: “É humano – e sábio – temer o desconhecido, ficar ao menos um pouco apreensivo ao embarcar em uma aventura. No entanto, é somente com as aventuras que aprendemos coisas importantes.”
Ele explica, em seu livro, que o crescimento pessoal é uma tarefa árdua e complexa, que dura a vida toda, e um caminho no qual não existem muitos atalhos, basicamente porque os atalhos são construídos, passo a passo, com as pegadas das próprias pessoas. No entanto, essa maneira de caminhar em direção ao desconhecido contém sabedoria e realização.
Para Peck, é provável que nossos momentos mais sublimes ocorram quando nos sentirmos profundamente abatidos, infelizes ou descontentes. É somente nesses momentos que, movidos pela insatisfação, seremos capazes de sair da trilha já percorrida e buscar respostas mais verdadeiras em outros caminhos.
89 – Toda convicção é uma prisão
Existe uma história no livro La empresa fabulosa, de Gabriel García de Oro, que fala do perigo de nos deixarmos aprisionar pelas certezas que moldam nossa realidade, como adverte Nietzsche.
Um homem vivia ao lado de uma estrada, onde vendia rosquinhas deliciosas. O negócio ia tão bem que ele já não ouvia rádio, não lia jornais nem dava muita bola para a televisão. Pôde até investir em publicidade e as pessoas não paravam de comprar seus produtos. Os lucros só aumentavam e ele reinvestia cada vez mais em seu negócio.
No verão, recebeu a visita do filho, que voltava da universidade onde cursara uma pós-graduação em administração de empresas. O rapaz, ao ver tudo o que tinha o pai, indagou:
– Pai, você não escuta rádio nem lê jornais? Estamos passando por uma crise enorme. Você vai falir.
O pai pensou: “Meu filho tem estudos. É bem informado. Sabe do que está falando.”
Assim, o homem passou a comprar menos ingredientes para reduzir sua produção de rosquinhas. Diminuiu os gastos e cortou o investimento em publicidade. As vendas caíam dia após dia e, em pouco tempo, o negócio entrou no vermelho. Então ele ligou para o filho na universidade e disse:
– Você tinha razão, filho. Estamos vivendo uma crise muito grande.
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