62 – Antes de se casar, pergunte a si mesmo: serei capaz de manter uma boa conversa com essa pessoa até a velhice? Todo o resto é passageiro num matrimônio
A ARTE DE AMAR, de Erich Fromm, publicada em 1956, é uma das obras mais lidas sobre um tema que preocupa a imensa maioria dos seres humanos. Para analisar o que sugere o título, o psicólogo e humanista alemão reflete sobre o que significa o amor para a sociedade moderna:
Para a maior parte das pessoas, o problema do amor está mais em ser amado do que em amar. Daí vem a grande questão de conseguirem ser amadas, ser dignas do amor. Para alcançar esse objetivo, seguem vários caminhos. Um deles, utilizado principalmente pelos homens, consiste em ser bem-sucedido, rico e poderoso a ponto de conquistar uma boa posição social. O outro, mais empregado pelas mulheres, consiste em ser atraente mediante o cuidado com o corpo, as roupas etc.
Fromm afirma que uma pessoa só pode amar outra se conhecer a si mesma e respeitar a própria individualidade. Só então estará preparada para entender e respeitar seu parceiro.
Como diz Nietzsche, ser capaz de conversar por toda a vida garante que o casal poderá se aproximar mais e mais e se conhecer cada vez melhor.
63 – É muito difícil os homens entenderem sua ignorância no que diz respeito a eles mesmos
Em um de seus aforismos mais brilhantes, Nietzsche nos diz:
“Somente quando o homem tiver adquirido o conhecimento de todas as coisas poderá conhecer a si mesmo. Porque as coisas nada mais são que as fronteiras do homem.”
Isso nos sugere que não há nada mais difícil e trabalhoso que o autoconhecimento, tarefa que levou místicos e ermitãos a se recolherem em lugares afastados, na mais absoluta solidão.
Na verdade, toda a filosofia parte da inscrição que os Sete Sábios deixaram no frontispício do oráculo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo.”
Trata-se de uma ambição que, segundo Erasmo de Roterdã, nos leva a assumir com humildade o fato de que não sabemos nada. Da mesma forma que o copo vazio espera ser preenchido, somente a partir da humildade se pode começar a construir a verdadeira sabedoria.
A própria Bíblia nos adverte de que “se você não se conhece, seguirá o caminho do rebanho”. Por isso, conhecer a si mesmo não é necessariamente um ato de egocentrismo, mas uma análise das possibilidades que temos de traçar uma rota sem nos perder nos desvios.
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