3 – O cotidiano em si já é maravilhoso. Eu não faço nada mais do que registrá-lo.
Sarah Ban Breathnach diz que devemos dedicar um tempo a limpar o ambiente à nossa volta para que possamos celebrar as maravilhas do dia a dia. Quando nos cercamos de limpeza, mantemos o espírito arejado. Limpar e organizar as coisas nos ajuda a pôr em ordem nosso interior.
Sarah afirma que precisamos utilizar todos os sentidos para realizar qualquer tarefa cotidiana, por mais banal que pareça: cozinhar, ler o jornal, fazer compras, trabalhar, cuidar das crianças, conversar com os vizinhos. Toda atividade é uma bela aventura e um momento valioso se acreditarmos nisso. Se levarmos em consideração esse encanto cotidiano de que falava Kafka, aproveitaremos muito melhor o tempo e teremos uma vida mais plena, pois faremos de um simples ato um momento especial.
Há outros livros que revelam a delícia por trás da rotina. O primeiro gole da cerveja e outros minúsculos prazeres, de Philippe Delerm, por exemplo, ressalta os pequenos deleites diários de que quase não tomamos consciência. O título já é revelador: quando estamos sedentos e pedimos qualquer bebida (não necessariamente cerveja), o primeiro gole é uma autêntica explosão para os sentidos. Frequentemente deixamos de valorizar os pequenos prazeres, que são o combustível da felicidade.
4 – Toda crença é pesada e ligeira como uma guilhotina.
Ninguém está livre de preconceitos. Franz Kafka sabia disso por experiência própria, por ser judeu, tcheco e falar alemão. Nem mesmo as mentes mais abertas estão livres das ideias preconcebidas e dos estereótipos. A causa disso é cultural, já que tudo o que vivemos acaba atuando como filtro entre nós e a realidade.
Hoje em dia, as pessoas não experimentam a rejeição e o desprezo apenas por parte daqueles que estão fora de sua comunidade, que são de outra cultura, raça ou religião. Elas também têm ideias preconceituosas e limitadoras acerca de si mesmas.
Veja algumas:
– Acreditamos ser incapazes de fazer algo só porque nunca tentamos fazê-lo antes.
– Suspeitamos que outras pessoas nos censuram ou nos subestimam, embora seja bem possível que elas não tenham uma opinião formada sobre nós.
– Tendemos a acreditar que um fracasso se repetirá, mas nos esquecemos de que não há dois momentos nem duas circunstâncias iguais.
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