71 – Nos melhores dias da arte, não existiam críticos de arte.
Há pessoas movidas pela amargura e pela desconfiança – e é isso o que elas comunicam aos outros.
Dale Carnegie, autor de Como fazer amigos e influenciar pessoas, dava o seguinte conselho: “Antes de criticar o próximo, fale de seus próprios erros.”
O afã dos críticos de arte em impor suas avaliações já foi motivo de diversas histórias curiosas. Um exemplo famoso foi o do que aconteceu aos pintores impressionistas, que não foram autores do termo que definiu seu movimento estético. Conta-se que o crítico Louis Leroy, ao ver a obra Impressão, sol nascente, de Monet, assim se pronunciou:
Ao contemplar a obra, pensei que meus óculos estivessem sujos: o que aquela tela representava? O quadro não tinha direito nem avesso...
Impressão! Claro que impressiona: qualquer papel pintado em estado embrionário está mais concluído do que essa marinha.
Assim foi que o termo “impressionismo” passou a ser o nome do movimento. Mais tarde, o próprio Louis Leroy se gabaria desse fato.
72 – A educação é algo admirável, mas é bom recordar que nada que valha a pena saber pode ser ensinado.
A educação nos transforma em seres civilizados, mas também pode nos escravizar. Por isso, toda leitura deve ser feita com uma dose de crítica. Se lemos os clássicos, não é para viver como os grandes pensadores de séculos atrás, mas para viver melhor nos tempos de hoje. Assim como a admiração que temos por um mestre ceramista não nasce do fato de ele manipular o barro com desenvoltura, mas sim por dar-lhe forma, não admiramos um sábio por aquilo que ele aprendeu, mas pelo muito que pode ensinar. A educação deveria consistir em algo assim: uma longa viagem que partisse dos clássicos e às vezes acabasse na Lua.
Podem nos ensinar disciplinas como matemática ou latim, mas a arte de viver é algo que aprendemos ao longo do caminho. É a única educação que realmente deveria importar – e não deveria se restringir à infância ou à juventude. Quem deixa de aprender já está morto em vida.
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