sábado, fevereiro 19, 2011

PALESTRA COM RUBEM ALVES EM TAIÓ - SC - BRASIL


Rubem Alves é educador, escritor, psicanalista e professor. É na verdade um dos educadores mais famosos no Brasil. É autor de mais de sessenta livros, entre os quais se encontra uma prolífica literatura infantil e vários livros voltados para a área da educação.
Em sua obra, Conversas com quem gosta de ensinar, ao abordar temas sérios e importantes como a formação do educador, a diferença entre o professor e o educador, o processo educacional, a qualidade total na educação, torna seu texto agradável por tratar de uma forma criativa o assunto, utilizando-se de histórias e até mesmo de fábulas para um melhor entendimento do conteúdo.
Segundo o autor ensinar é mobilizar o desejo de aprender. Mais importante do que saber é nunca perder a capacidade de aprender. "Saber é saborear", diz Rubem Alves. O novo profissional da educação deve romper o divórcio entre a vida escolar e o prazer.
Diante da atual sociedade em que vivemos, onde o capitalismo dita as regras de todas as áreas possíveis, vem atingir também a área do ensino, em que se visa eficiência e lucro e esquece-se da importância do prazer pelo ensino e aprendizagem.
Rubem Alves faz uma boa distinção entre o Professor e o Educador, "advertindo-nos de que na realidade, na prática, eles se encontram juntos, mesclados no profissional da educação".
Para esse pedagogo "o Professor trabalha sem interesse e sem prazer, apenas para obter um salário e usufruir dele".
E constatamos com tristeza, que essa é uma realidade da grande maioria dos docentes de nossas escolas. Os professores estão muito mais preocupados se o que vão receber de salário vai dar para suprir suas necessidades, do que com a pessoa do aluno, se está ou não sendo lesado com esses descasos e falta de compromisso e responsabilidade.
Para Rubem Alves o educador é aquele que abraça a causa com vontade, que tem paixão pelo que faz. Ele busca motivar seus alunos, construindo constantemente novos saberes e contagiando os alunos, descobrindo que há esperança e que é possível transformar o azedo limão em uma deliciosa limonada.
O grande pedagogo de nossos dias, escreveu um texto, bastante poético, intitulado: "Sobre Jequitibás e Eucaliptos: Amar", onde deixa claro seu questionamento sobre o que é educar e qual a identidade de quem se propõe tal tarefa, e remete-nos sempre ao mesmo ponto: ensinar é prazer. Nessa parte ele compara o educador (que ensina com amor) com um Jequitibá, árvore robusta que raramente se vê nos dias de hoje; os professores por suavez, são comparados com Eucaliptos, árvore que encontramos com facilidade.
Essa distinção se dá através de temas sensíveis como amar, acordar, libertar e agir. Questiona a perda do amor pela arte de ensinar e aborda o resultado que isso trará para os alunos. Aponta que muitas vezes a miséria nos meios de educação não é culpa do governo e sim de mesquinharias que professores e cientistas estabelecem entre si. Mais uma vez ele critica a prática da ciência visando apenas resultados econômicos, podendo ser usada para o bem e para o mal.
A existência da dicotomia professor/educador deve-se muito, segundo Alves, ao rápido desenvolvimento da ciência nos séculos XIX e XX, cujo caráter objetivo de seus conhecimentos desprezou aspectos relevantes da experiência e interioridade humanas, como opiniões pessoais, reflexões, ideologias, sonhos, paixões, esperanças, utopias, desejos. A ciência patrocinou o avanço da tecnologia, que fez com que as pessoas idolatrassem a produção daquilo que é útil e imediato para o dia-a-dia. Surgiu, o utilitarismo, segundo o qual as pessoas são determinadas pelo que produzem e objetivamente fazem.
Na obra o autor ainda profetiza o professor como sendo aquele que informa, transmite conhecimentos, enquanto que o educador, além de informar, procura formar e informar, assim segundo ele, o educador atua movido pela sua intenção social, o professor pelas regras das instituições.
Rubem Alves estabelece diferença entre professor e educador:
Outro ponto está na questão metodologia, ressalto que não podemos fugir da mesma, mas de seu exagerado rigor sim. Conforme Rubem Alves, fazer ciência pela ciência é mero exercício, sem levar em conta o seu uso para fins, cuja finalidade seja resolver questões humanas de importância.
A idéia central que Rubem Alves traz é a "linguagem, a fala ao lado do corpo". O corpo é o primeiro livro que devemos descobrir; por isso, é preciso reaprender a linguagem do amor, das coisas belas e das coisas boas, para que o corpo se levante e se disponha a lutar.
A educação é um ato político, que exige reflexão, dentre elas, desenvolver a função crítica em que o questionamento deve ser cada vez mais aguçado. E a função criativa, em que o educador se permite sonhar e buscar realizá-los, não se conformando com o pronto e acabado, mas indo em busca do novo, do desejado e porque não do aparentemente impossível?
Podemos concluir que com certeza exemplo de interdisciplinaridade é Rubem Alves, que em sua carreira quis ser: médico, pianista, teólogo. Mas ensinar é realmente o que mais gosta de fazer, principalmente porque ensina o que gosta.
Fonte:Blog Livraria Universitária

3 comentários:

  1. MINHA AMIGA + que ESPECIAL,
    ADORO o Rubem Alves escritor, porém o pedagogo não faz parte de minhas adorações, pois discordo quando ele fala do professor/educador e te confesso JAMAIS postei-me como educadora e sim PROFESSORA que na minha concepção é uma das mais bela/digna/maravilhosa profissão...
    Ser PROFESSORA implica em passar conhecimento/apoio/amizade/confiança/determinação/respeito/dignidade e tantos outros atributos que desenvolvi/desenvolvo ao longo da minha PROFISSÃO e ser educador pra mim e transmitir educação e isso não está nas minha lista (pois educadores são os pais/responsáveis)...
    Sou PROFESSORA em toda a GLÓRIA que essa palavra transmite...
    AMODORO minha PROFISSÃO e tudo nela está inserido...
    Muito lamento quando os novos iniciantes na PROFISSÃO não a tenham em tão alta conta e magnitude como eu...

    Te desejo uma SEMANA abençoada, feliz, alegre e cheinha de carinho...
    Bjosssssssssssss

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  2. CONCORDO COM VOCÊ AMIGA QUERIDA
    SOMOS PROFESSORES SIM, COM MUITO ORGULHO

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  3. Tânia, que belo encontro...vc e o Rubem.
    Sou fã dele. Penso que professor, pedagogo, educador são a mesma pessoa, o mesmo profissional, pois quando ensinamos além de conhecimentos, passamos nossas marcas positivas ou negativas...portanto temos que saber nos relacionar com empatia e afetividade. Falo nisso porque eu lembro dos professores que deixaram marcas positivas para mim...O conteúdo já nem lembro tanto, mas a postura, o olhar, o aconchego, as palavras, orientações e broncas, são o que me fizeram ser o que sou hoje.
    Agradeço a Deus por eles fazerem parte da minha história de vida.
    Vc é de Taió?
    Que legal!
    Conheci a cidade e gostei muito!O pessoal é encantador.
    Beijos, Rosangela

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