18 – As pessoas nos castigam por nossas virtudes. Só perdoam sinceramente nossos erros
O contrário do amor não é o ódio, mas a indiferença. Quem parece nos detestar nutre, no fundo, uma admiração oculta por nós. A inveja funciona da mesma forma. A fúria do invejoso sempre se direciona para um êxito.
Schopenhauer, filósofo que inspirou Nietzsche, afirmou o seguinte a esse respeito: “A inveja dos homens mostra quão infelizes eles se sentem e a atenção constante que dão ao que fazem os demais mostra como sua vida é tediosa.”
Isso não quer dizer que não devemos tomar cuidado com os invejosos, que, cegos pela paixão negativa que os move, podem nos criar problemas. Como falar sobre a inveja não resolve nada – ninguém reconhece essa disfunção emocional –, o mais sensato é evitar envolver o invejoso em nossos planos, pois sua tendência inconsciente será tentar nos boicotar.
Quando falamos sobre um projeto promissor a uma pessoa dessas, ela logo trata de apontar as falhas para nos desanimar, para que não sigamos adiante. Por esse mesmo motivo, convém ocultar nossos êxitos sempre que possível. Dessa forma poupamos sofrimento e evitamos a carga emocional negativa que poderia nos atingir.
19 – O reino dos céus é uma condição do coração e não algo que cai na terra ou que surge depois da morte
Uma história da tradição zen conta que um guerreiro samurai foi ver o mestre Hakuin e perguntou:
– O inferno existe? E o céu? Onde estão as portas que levam a um e a outro? Por onde posso entrar?
– Quem é você? – perguntou Hakuin.
– Sou um samurai – respondeu o guerreiro –, um chefe de samurais. Sou digno do respeito do imperador.
Hakuin sorriu e respondeu:
– Samurai? Você parece um mendigo.
Com o orgulho ferido, o samurai desembainhou sua espada.
Estava a ponto de matar Hakuin quando este lhe disse:
– Esta é a porta do inferno.
Imediatamente, o samurai entendeu. Ao guardar a espada na bainha, Hakuin disse:
– E esta é a porta do céu.